Vereadores de São Bento – PB batem boca na tribuna e usam os verbos quebrar e bater;
Os vereadores
do município de São Bento, no Sertão Paraibano, Jairo da Silva Monteiro
(PMDB) e Lucinete Carneiro dos Santos (PSD) iniciaram uma forte
discussão, na sessão ordinária da última quarta-feira (17/04).
O bate-boca
começou quando o vereador Jairo Monteiro se referiu ao termo “carona”,
utilizado pela vereadora Lucinete, na penúltima reunião da câmara, no
dia 10/04, em alusão a um requerimento feito pelo colega, pedindo a
construção de uma quadra poliesportiva e uma pista de caminhada para o
bairro São Bernardo, onde a vereadora reside há 26 anos.
O parlamentar
se sentiu ofendido com a expressão, dizendo que não pegou ‘carona’ com
ninguém, que não é caminhoneiro e enfatizou que não precisa pegar
“carona”, pois tem dois mandatos no Poder Legislativo e já disputou 4
eleições. O edil disse, também, que não é menino de recado, que foi
eleito para defender os direitos da população, e que faz o papel de
legislar com honra e responsabilidade, afirmando que tirou 741 votos no
último pleito.
Continuando com
o descarrego verbal, batendo com força na tribuna, Jairo revelou que
recebeu o termo como uma piada, uma crítica, não só pra ele, mas a todos
os colegas de oposição.
Após ouvir o
pronunciamento do confrade, a vereadora Lucinete pediu um aparte e disse
que não falou que ninguém tinha pegado ‘carona’, relatando que, na
política, as coisas são interessantes, justificando que muitas vezes,
tem a impressão de que os colegas de oposição já sabem de um problema
que vai acontecer, aí relatam antecipadamente, para causarem a impressão
de que já estão buscando uma solução para o mesmo. Ela disse, ainda,
que lida na política há 26 anos, sempre teve um posicionamento firme,
nas suas tomadas de decisões, e acrescentou que nunca se posicionou de
forma diferenciada com ninguém, por causa de questão política, nem
tratou ninguém de forma diferente, em virtude de cor, partido ou raça.
“Peço desculpas, se magoei alguma pessoa”, disse a parlamentar.
Já quase no fim
da sessão, o clima esquentou mais, no momento em que o vereador Jairo
Monteiro revelou que poderia bater na tribuna, argumentando que é um
direito dele fazer isso, dizendo que qualquer parlamentar pode agir
dessa forma, se quiser, pois a Casa Legislativa é um ambiente de debate,
de discussão, e que está amparado pelo Regimento da câmara. “Bato até a
hora que for preciso, é um direito meu; aqui se bate pra gente
discutir, fala mais alto quem quer, e quem quer falar baixo e
compassado, fala da forma que Vossa Excelência fala”, relatou exaltado o
edil.
Lucinete
retrucou: - Quero dizer ao colega que eu não me importo. Você pode
bater, pode quebrar. É fácil, vidro, a gente bota outro, tribuna, com
certeza, o presidente manda fazer outra. Eu não tô me importado se bate
ou se quebra.
Jairo replicou
dizendo: - Vossa Excelência tá equivocada. Eu não tô falando quebrar
não, eu tô falando bater! Vossa Excelência tá nervosa, quebrar é baderna
e eu não sou irresponsável não, colega vereadora! Vossa Excelência
também tá pegando pesado demais. Nessa hora, a vereadora Lucinete disse
que já houve casos em que a tribuna da casa foi quebrada, durante
debates acalorados.
No momento de
maior acirramento, o presidente da casa, o vereador Ademar Pereira Diniz
(DEM), interveio na discussão e pediu calma aos parlamentares, dizendo
que a câmara é um lugar de discussão e conversa, e alertou os colegas
para que amenizassem os discursos. Jairo ainda usou a palavra e disse
que não estava ali pra brigar, justificando que a casa legislativa é um
local de discussão mesmo. Logo depois, houve ainda pronunciamentos de
outros parlamentares, e aí, o presidente deu por encerrada a sessão.
Fonte: É sertão
