Juiz afasta delegado de polícia suspeito de cometer 7 crimes no RN

De
acordo com a denúncia, os crimes cometidos pelo delegado teriam ocorrido
enquanto ele estava à frente da 3ª Delegacia Regional de Polícia Civil
em Caicó. Atualmente, o delegado estava lotado no município de Marcelino
Vieira, no alto Oeste potiguar, onde, segundo as investigações, já há
notícias de práticas semelhantes. O magistrado determinou ainda que o
denunciado entregue sua carteira de identidade funcional na Secretaria
Judiciária do Juízo e proibiu o bacharel de entrar em delegacias e
prédios públicos.
Ainda
de acordo com as determinações, o delegado deve atender a recolhimento
domiciliar noturno e aos finais de semana. Além disso, deve se
apresentar mensalmente ao juízo e está proibido de mudar de endereço sem
autorização judicial - tudo sob pena de decretação de prisão preventiva
em caso de descumprimento.
Operação Coiteiros
Getúlio
Medeiros é suspeito de não ter feito a lavratura de flagrante delito
contra um suspeito que teve a prisão decretada na operação Coiteiros,
realizada pelo Ministério Público no dia 25 de fevereiro em cinco
cidades da região Seridó e em uma da Grande Natal. O suspeito detido,
segundo a polícia, é apontado como autor de homicídios e seria o braço
operacional da organização criminosa denunciada pelo MP. Segundo o juiz,
o preso foi conduzido à sede da delegacia regional por um agente da
Polícia Civil e uma equipe de policiais militares, com todos os
elementos jurídicos necessários para lavratura da sua prisão em
flagrante por ter assassinado o próprio pai, fato ocorrido no dia 7 de
setembro de 2012 na cidade de Jucurutu, também no Seridó.
Contudo,
de acordo com o Ministério Público, o delegado não lavrou o flagrante e
ainda liberou o suspeito, apenas colhendo o depoimento dele. O advogado
do suspeito, ainda segundo o MP, é filho de Getúlio. Após a liberação, o
preso teve prisão preventiva decretada, mas já estava foragido.
Apropriação de fianças e negociações ilícitas
O
delegado Getúlio também é suspeito de crimes de peculato por
apropriar-se de três fianças, uma delas integralmente. Em outros casos,
segundo o MP, o delegado informava aos cidadãos flagranteados a fixação
de um valor, mas, no papel consignava um valor menor e apropriava-se da
diferença. Getúlio José ainda é suspeito de ter fixado uma fiança com
valor quase insignificante (R$ 50) em um caso em que o filho dele, que é
advogado, atuou. Neste caso, de acordo com as investigações, teria sido
o próprio filho do delegado quem decidiu o valor da fiança.
Outra
suspeita diz respeito ao recebimento de vantagem em negociação ilícita
na delegacia, com apropriação de eletrodomésticos em uma ocorrência de
crime contra o patrimônio. Na ocasião, o delegado teria ficado com os
produtos, pagando quantia muito abaixo do mercado para a vítima e
determinando aos acusados a apuração do restante da quantia para
ressarcir a vítima. Em seguida, Getúlio teria arquivado o caso na
delegacia, informando às partes que esse era um procedimento que ele
adotava chamado de “polícia comunitária” - que consistia em resolver
rapidamente os inquéritos na própria DP sem a necessidade de o caso ir à
Justiça.
Reprodução Cidade News Itaú